A Relação Entre a Mídia e o Esporte Feminino em 2021

A relação entre os veículos de mídia e o esporte feminino nem sempre foi das melhores, com clara diferença entre a forma que atletas homens e mulheres são tratados. Mas esse estado de coisas está começando a mudar em 2021.

Em certos âmbitos, a cobertura midiática pode assumir um tom extremamente excludente, invalidando conquistas e ocultando histórias. O esporte encaixa-se nessa esfera, nele há uma profunda disparidade na forma como órgãos de imprensa retratam atletas homens e atletas mulheres. A atenção unilateral que a mídia dá à homens esportistas coloca o esporte feminino como uma atividade de pouco reconhecimento e visibilidade. Esse cenário impulsionou um grupo de atletas femininas criar uma companhia de mídia e comércio eletrônico que tem como objetivo amplificar a voz das mulheres dentro do esporte e dar luz às temáticas que permeiam o ambiente – são elas Alex Morgan (futebol), Sue Bird (basquete), Simone Manuel (natação) e Chloe Kim (snowboard).
​
"Quando eu era adolescente eu não tinha pôsteres de mulheres atletas pendurados na parede. Eu simplesmente não sabia o suficiente sobre elas para que se tornassem meus ídolos", diz Morgan em entrevista ao The New York Times. "Não temos 40 milhões de dólares guardados no banco. Não temos patrocínios de milhões de dólares", acrescenta, citando as conquistas dos atletas homens. 

Assim nasceu a TOGETHXR, uma plataforma inovadora de mulheres do esporte para mulheres do esporte. É um meio criado para quebrar barreiras que se mantiveram de pé por décadas, que conta uma interface de design atrativo e contemporâneo.

De acordo com a vice-presidente de comunicação da TOGETHXR, Jessica Robertson, a audiência e o engajamento ao redor das mulheres no esporte vem crescendo, e mudanças políticas e culturais estão são latentes no setor. Além disso, os investimentos no esporte feminino tem sido feitos de forma bem mais consciente. 

A TOGETHXR  dispõe do apoio financeiro da Magnet Companies, empresa de participações privadas fundada por veteranos da mídia, que tem investido no mínimo US$ 1 milhão no projeto. Segundo Robertson, o projeto pretende criar conteúdo original para plataformas de rede social e conseguir associar-se a elas, obter acordos de licenciamento e vender produtos. O público-alvo gira em torno de garotas e jovens mulheres interessadas em esportes, e aborda temas como ativismo, cultura, bem-estar e beleza.

As fundadoras da companhia afirmam que o sucesso da empresa se dá devido a mudança de paradigmas causada na forma como a mídia cobre o esporte feminino, além da remuneração e atenção que as atletas mulheres recebem diante de suas histórias. 

Naomi Osaka vs. Agressividade da mídia

​Um exemplo recente e emblemático de como muitas vezes a mídia causa impacto negativo acima do esporte feminino é a desistência de Naomi Osaka de disputar o Roland Garros. A tenista que sofre de crises depressivas desde 2018, optou por se afastar de entrevistas e coletivas de imprensa. Mas tem apenas 22 anos, se para muitas executivos ou políticos experientes as coletivas são assustadoras, é compreensível que para a jovem o momento seja aterrorizante.
 
Em 2020 consagrou-se como a atleta de maior faturamento e integrou a lista de pessoas mais influentes do mundo da revista Time em 2019 e 2020, ganhando os olhos da imprensa constantemente. Assim, em várias situações a atleta se encontrou acuada por jornalistas fazendo com que as relações atleta/mídia se mantivessem estressantes. Em outra ocasião, a tenista também se sentiu encurralada com a atitude do repórter do jornal Cincinnati Enquirer e deixou a quadra.
 
"O bully do Cincinnati Enquirer é a epítome do motivo pelo qual as relações entre atleta/mídia estão tensas agora. Todos naquele Zoom vão concordar que seu tom estava inadequado e seu único propósito era intimidar. Comportamento terrível. E essa insinuação de que Naomi deve seu sucesso fora das quadras à imprensa é um mito: não seja tão autoindulgente", respondeu Stuart Duguid, agente de Naomi à agência Reuters.
 
"Não posso falar por todo mundo, só posso falar por mim mesma. Desde que era mais jovem, houve mídia interessada em mim. Acho que por causa da minha história também, mas pela maneira que eu jogo. Em primeiro lugar, sou uma tenista. Há muita gente interessada em mim. Diria que, em relação a isso, sou diferente de muita gente", acrescentou Osaka. 

Assessorias de comunicação e esporte feminino

​Em cenários como esse, assessorias de comunicação são a peça-chave para auxiliar atletas femininas a prosperar na mídia. O esporte feminino carece de atenção especial de profissionais de assessores, que ajudarão as esportistas a navegar por múltiplos espaços, criando uma rede de apoio tanto do público quanto dos veículos de comunicação.
 
Uma assessoria de comunicação deve ser o facilitador de relacionamento entre o cliente e a mídia, por meio da divulgação dos acontecimentos. De acordo com a jornalista Clarice Pereira, especialista em Marketing pela ESPM, um trabalho de comunicação bem realizado é benéfico para a imagem, além de muitos outros benefícios. 
 
“Os benefícios advindos desse relacionamento valem o esforço, com maior aceitação de suas atividades. Até mesmo o trabalho dos colaboradores dessas organizações melhora, pois a comunicação tem a capacidade de mudar cenários até então imutáveis. Serve como ferramenta para a conquista de credibilidade junto ao seu público-alvo e possibilita o contato com formadores de opinião”, aponta Clarisse em entrevista.
 
Por isso, serviços assim são essenciais para ajudar com a ascensão profissional dessas mulheres no meio esportivo. Gerenciamento de crises, geração de mídias espontâneas, relacionamento e diálogo com a mídia e media training, são algumas das atividades fundamentais a serem realizadas pelo profissional da comunicação. 

---

Na Caravelas Comunicação, temos grande expertise em Media Training para atletas de alto rendimento. Entre em contato conosco através dos nossos canais de comunicação para saber mais sobre o serviço e soluções de comunicação completas para atletas e outras figuras públicas.