O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta manhã de quinta-feira duramente a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal. Bolsonaro classificou como político o embasamento da decisão do magistrado. Para o presidente, também não houve impessoalidade na indicação de Moraes porque ele entrou no STF por amizade com o então presidente Michel Temer. O discurso mais incisivo é uma tentativa de pressionar o Supremo a liberar sua indicação. E o ataque mostra um presidente cada dia mais encurralado pelos outros poderes. Bolsonaro usa, portanto, a máxima do futebol de que a melhor defesa é o ataque para tentar recuperar terreno e o poder de sua caneta. A principal questão, no entanto, é a imprevisibilidade das ações do presidente da República. Ontem, a decisão era deixar de lado a indicação de Ramagem. Hoje, a tática foi de confronto. Qual será a postura de Bolsonaro durante a visita a Porto Alegre logo mais? Ou qual será quando voltar a Brasília? A crise política torna ainda mais árdua a tarefa de combate ao coronavírus num momento em que o país coleciona notícias tristes de aumento de infectados e mortes. Até agora, não existe uma fórmula certeira para limitar a disseminação do vírus. Mas a turbulência política só piorou a situação a ponto de até o presidente dos Estados Unidos e aliado de Bolsonaro, Donald Trump, ter chamado atenção para a maneira como o vírus se espalha no Brasil. POLÍTICA Pandemia
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Com a prolongada crise do coronavírus e a recente demissão de Sérgio Moro, o presidente Jair Bolsonaro pode estar passando por um processo de mudança em sua base popular de apoio. As pesquisas recentes mostram que Bolsonaro perde parte dos apoiadores mais escolarizados e mais ricos, descontentes com sua ação no combate à pandemia e com a briga com o símbolo da Lava Jato. Por outro lado, ele agregou segmentos mais carentes e dependentes das políticas públicas do governo, como o auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais. Ainda não há elementos para saber se essa mudança faz parte de uma estratégia política elaborada ou é apenas reflexo automático do momento do país. O fato é que é um fenômeno muito semelhante ao vivido por Lula em seu primeiro mandato. Com a crise do mensalão, Lula e o PT decepcionaram o eleitorado mais rico e esclarecido que o levaram à vitória em 2002. Para compensar, lançaram uma série de programas populares, mais notadamente o Bolsa Família, que fidelizaram os brasileiros mais pobres e menos escolarizados ao partido. Bolsonaro, mesmo no auge da crise, consegue manter o apoio de cerca de um terço dos brasileiros. O que pode prejudicá-lo é a insensibilidade demonstrada com as vítimas, como fez ontem, quando reagiu com um irônico “E daí?” ao ser questionado sobre o número recorde de mortes. O vírus atinge a todos, ricos e pobres, em, suas consequências na saúde e na economia. O governo precisa de um plano concreto de ação, não de bravatas, para conter a crise e sobreviver politicamente. POLÍTICA Pandemia
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Análise do Noticiário- Elaborado por Tiago Pariz e Otávio Cabral O presidente Jair Bolsonaro escolheu André Mendonça, ex-advogado-geral da União, para o ministério da Justiça, e Alexandre Ramagem, que comanda a Agência Brasileira de Inteligência, para o comando da Polícia Federal. Nos dois postos, Bolsonaro escolheu pessoas que podem ter domínio e informações no dia a dia bem diferentes da influência que tinha sobre Sergio Moro e Maurício Valeixo. As escolhas reforçam as acusações de Moro de que o presidente quer ter, sobretudo no comando da PF, ingerência, ou, para usar um termo mais suave, conhecimento sobre o andamento da operações e investigações. O ministro do STF Celso de Melo, embasado nas denúncias do ex-ministro da Justiça, autorizou investigação contra Bolsonaro. E deu 60 dias para a PF tomar o depoimento do presidente. A questão é sensível porque, além da troca de mensagens, Moro afirma possuir áudios que devem ser entregues aos investigadores. Para reverter a crise política instalada pela saída de Moro, Bolsonaro busca mostrar que seu governo é atuante e não está parado assistindo a pandemia do novo coronavírus se disseminar. Não por acaso, prestigiou Paulo Guedes como o homem forte da economia. Mas, como precisa de apoio no Congresso, o presidente ao mesmo tempo aproxima-se cada vez mais do centrão que quer implementar o Plano Pró-Brasil, apesar das resistências da equipe econômica. POLÍTICA Governo
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Neste episódio, Otavio Cabral, Maurício Moura e Tiago Pariz discutem os efeitos da saída de Sergio Moro do governo do presidente Jair Bolsonaro e a tentativa de reverter a crise política.
Falamos também sobre a mais recente pesquisa da Ideia sobre distanciamento social. Confira acima ou clique no link para escutar no Spotify. ANÁLISE DO NOTICIÁRIO O Brasil, após a demissão de Sérgio Moro e com o descontrole explícito do presidente Jair Bolsonaro, vive decididamente uma crise institucional. É uma crise da qual não há como prever o desfecho. Sem seu ministro mais popular e com o apoio popular despencando, Bolsonaro distribui cargos a amigos e aos partidos do centrão na esperança de escapar do inevitável processo de impeachment, enquanto a epidemia de coronavírus avança. É um cenário preocupante. No Ministério da Justiça, o substituto de Moro deve ser Jorge Oliveira, formado em Direito há poucos anos, ex-chefe de gabinete de Eduardo Bolsonaro, de quem é padrinho de casamento. Para a direção da PF, o escolhido deve ser Alexandre Ramagem, responsável pela segurança d de Bolsonaro na campanha e companheiro de baladas de seu filho Carlos. Para os partidos do centrão, já foram reservados o Porto de Santos, diretorias de estatais e de bancos públicos. E muito mais deve vir ainda nesta semana. Já o principal ministro que sobrou no governo, Paulo Guedes, segue sendo fritado diariamente, ao ver avançar o projeto de infraestrutura que não autorizou, para o qual não há dinheiro e que em nada combina com sua linha de atuação. Outra que entrou na alça de mira é Tereza Cristina, da Agricultura. Esse é o governo Bolsonaro que começa a partir de hoje, cada vez mais parecido com o pior dos governos do PT, que o presidente tanto combateu até chegar ao poder. ![]() POLÍTICA Pandemia - O Brasil passou da marca de 60 mil casos confirmados —são 61.888 ao todo - e 4,2 mil mortes. Em relação ao número de mortes, São Paulo chegou à marca de 1.700 óbitos desde o início da pandemia. - Estudo da Universidade John Hopkins aponta que há mais de 2,9 milhões de casos confirmados de coronavírus e mais de 206 mil mortes em todo o mundo por complicações da Covid-19. Quase um terço de todas as confirmações de casos de coronavírus do mundo está nos Estados Unidos. Governo Bolsonaro - O delegado Alexandre Ramagem, atual diretor da Abin, é o favorito para ser nomeado diretor da PF. Ele é amigo de Carlos Bolsonaro e uma foto dos dois, no réveillon, circulou nas redes. Questionado num comentário de Facebook sobre esta proximidade do novo diretor de seu filho investigado pela PF, Bolsonaro respondeu. “E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?” - Já o novo ministro da Justiça, que substituirá Sérgio Moro, deve ser Jorge Oliveira, atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência. Ele é filho de um amigo de décadas de Bolsonaro, foi chefe de gabinete de seu filho Eduardo. Crise política - Apoio ao impeachment de Bolsonaro alcança 54% e aprovação de Moro vai a 57% após sair do governo. Nova pesquisa da Atlas Político publicada pelo El País indica que, pela primeira vez, maioria da população é favorável à saída do presidente. Imagem pública do ex-ministro da Justiça se fortalece - https://brasil.elpais.com/brasil/2020-04-27/apoio-ao-impeachment-de-bolsonaro-alcanca-52-e-aprovacao-de-moro-vai-a-57-apos-sair-do-governo.html - Segundo a Folha, a PF identificou Carlos Bolsonaro como articulador de um esquema criminoso de fake news. O inquérito, aberto pelo Supremo em 2019, está próximo de ver encerrada a investigação. Na PF, há convicção de que Maurício Valeixo foi demitido para impedir que o elo entre Carlos e a campanha contra STF e Congresso fosse desvendado. - De acordo com o BR Político, há a possibilidade de o STF pedir nesta semana a prisão de aliados do presidente. - MPF apura intervenção política de Bolsonaro no Exército, informa o Estadão. Procedimentos investigam ordem para revogar três portarias sobre monitoramento de armas. - O Globo informa que partidos de oposição se articulam para montar uma frente ampla anti-Bolsonaro. Legislativo - O PSB deve entrar com pedido de abertura de processo de impeachment de Jair Bolsonaro nesta segunda. O partido também corre atrás de assinaturas para a criação de uma CPI. - A Câmara tem sessão marcada hoje para avaliar duas medidas provisórias: a MP 907/19, que transforma a Embratur em agência autônoma; e a MP 913/19, que autoriza o Ministério da Agricultura a prorrogar contratos temporários de servidores da área de tecnologia da informação e comunicação. Estados - Em artigo na Folha, João Doria descreve a epidemia do coronavírus como “o maior desafio da história de São Paulo”: “A pandemia cancelou os Jogos Olímpicos, paralisou fábricas, congelou conflitos armados. Confinou 4,5 bilhões de pessoas em 110 países. E agora está superlotando hospitais, ameaçando médicos e enfermeiros. O que ainda é preciso para reconhecer tamanho poder destruidor?” - https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/04/o-maior-desafio-da-historia-de-sao-paulo.shtml ECONOMIA
Atividade - Pandemia ameaça derrubar o PIB da construção em 10%, avalia o Valor. - Segundo a Folha, a indústria está preocupada que na sua volta seja tomada por produtos chineses. Em conversa com Paulo Guedes, o setor pediu proteção contra invasão externa. Negócios - A Embraer começou a ajustar sua produção e despesas após fim do acordo com a Boeing. A empresa dos EUA desistiu da negociação de US$ 4,2 bilhões que criaria nova empresa com a brasileira na área de aviação comercial por causa da pandemia. - Analistas ouvidos pelo Estadão avaliam que a Embraer possivelmente precisará de um socorro do governo ou terá de buscar um outro acordo de venda —a maior oportunidade seria com a China. Contas públicas - Plano Safra de 2020 vai dar R$ 15 bilhões em subsídios, diz Tereza Cristina em entrevista ao Poder 360 - https://www.poder360.com.br/poder-em-foco/plano-safra-de-2020-vai-dar-r-15-bilhoes-em-subsidios-diz-tereza-cristina/ Neste episódio, Otavio Cabral e Maurício Moura debatem as recentes ações do presidente Jair Bolsonaro que participou de atos pró-ditadura no fim de semana. Como fica a governabilidade? E o impeachment, é uma realidade ou não? Como está o apoio da sociedade? E como está a discussão de abertura do comércio e o isolamento social?
Acompanhe no nosso Spotify: https://open.spotify.com/episode/72Txa2izK4u6ed7GuZuKGH ANÁLISE DO NOTICIÁRIO O presidente Jair Bolsonaro tem a hercúlea missão de conduzir o Brasil na maior crise da história recente: a pandemia do coronavírus e suas consequências na saúde, na economia, na educação e na sociedade. Não fosse o problema complexo demais, Bolsonaro ainda decidiu criar uma série de crises paralelas para colocar a política brasileira de cabeça para baixo. Primeiro, no meio da epidemia, o presidente demitiu o ministro da Saúde —não por questões técnicas, mas por picuinhas assessórias. Em seguida, lançou um programa de retomada econômica muito semelhante ao fracassado PAC de Dilma Rousseff, isolando seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Agora, compra uma briga sem razões lógicas com outro pilar de seu governo, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que pode deixar o cargo ainda na manhã de hoje. Em paralelo, Bolsonaro inicia uma aproximação com os partidos do centrão, indicando uma abertura do governo a indicações políticas. Em menos de uma semana, Bolsonaro consegue trair três dos principais grupos que lhe levaram à Presidência. Os “antissistema" foram afetados pela aproximação com o centrão. Os "liberais", pelo plano de reativação da economia e o isolamento de Guedes. E os "lava-jatistas" pelo atrito com o símbolo da maior operação de combate à corrupção. Não é possível ver lógica na ação do presidente, o que já seria preocupante em tempos normais, ainda mais agora em plena epidemia. Tanto o isolamento político com seus radicais quanto o abraço ao centrão só favorecem o vírus. POLÍTICA Pandemia
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April 2022
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