O ano de 2020 trouxe muitas lições para comunicadores, publicitários, empresas e figuras públicas e, uma delas foi como lidar com a cultura do cancelamento. Desde a crise das queimadas na Amazônia, questionamentos relacionados a políticas raciais, mudanças impulsionadas pela pandemia, dentre outros, continuamos a ver nossos papéis e responsabilidades evoluindo continuamente.
Na era da cultura do cancelamento os profissionais das relações públicas deixaram de ser simplesmente construtores de relações com a mídia e passaram a ser cada vez mais importantes na construção da imagem do cliente. Com o dinamismo das comunicações pelas redes e mídias sociais, já não é surpresa que o público prefira se engajar diretamente com as marcas e personalidades, especialmente quando se trata de assuntos difíceis. Exemplos desse dinamismo nas redes sociais foi o fenômeno do TikTok, que surgiu como um novo canal que virou o engajamento social de ponta-cabeça, consolidando os vídeos de formato mais curto que estamos consumindo mais e o mais novo e exclusivo Clubhouse. E os impactos podem ser vistos diariamente, quase que em tempo real, como é notável desde o lançamento do BBB21, a edição deste ano do reality show de maior audiência do Brasil e que começou como a edição em que a cultura do cancelamento seria cancelada. Com menos de duas semanas desde o início do programa, diversos participantes, cujas carreiras artísticas vão da fama regional até a fama nacional, já sofreram impactos negativos em sua reputação em resposta do público ao que vêm mostrando dentro da casa. E, além dos impactos à sua reputação pessoal, as atitudes dos brothers em frente às câmeras têm causado grande debate nas redes sociais, especialmente o Twitter, onde usuários estão cobrando fortemente que empresas patrocinadoras tomem atitudes em retaliação à postura dos participantes. Redes Sociais como fontes de notícias Embora muitas marcas e personalidades tenham obtido grande sucesso ao incorporar vídeos do TikTok à sua estratégia de mídia, é também nestas redes que elas podem sofrer os maiores impactos à sua imagem e reputação. Se os usuários das redes antes buscavam informações em portais de notícias e canais de televisão, hoje em dia as redes sociais assumiram este papel e se tornaram fontes de notícias, especialmente entre os usuários mais jovens. Um dos fatores mais atrativos deste tipo de dinâmica é a possibilidade de troca de opiniões entre usuários e os influenciadores, seja em resposta a vídeos no TikTok ou nos fios do Twitter. Em nosso atual espaço de comunicação digital, a informação ruim não é anunciada como manchete de jornal, mas diretamente entre usuários de redes sociais e consumidores. As mídias tradicionais têm ficado na função de acompanhar as tendências que surgem nestas redes e mídias sociais e até mesmo relatam essas tendências como notícias. Escrutínio profundo e cultura do cancelamento Marcas bem conhecidas não são as únicas sob constante escrutínio por parte do público, já que o público quer transparência, o que significa conhecer os parceiros, a composição interna das empresas, conselhos de administração, políticas e posições de liderança. As equipes de comunicação precisam hoje contar com apoio jurídico e de relações públicas para elaborar e publicar mensagens relevantes à marca ou às personalidades que representam, já que cada palavra é detalhadamente escaneada meticulosamente pelo público, que não aceita nada menos do que coerência. Neste universo, onde o termo cultura do cancelamento virou coringa, os profissionais de comunicação devem estar preparados com uma variedade de ferramentas. Respostas padronizadas, declarações recheadas de jargões legais, e promessas vazias são vistas de longe pelos consumidores mais experientes, que já são fluentes em marketing e enxergam uma possível dissimulação. Transparência e dados são os melhores aliados dos profissionais da comunicação. Mas também devemos estar preparados para revisitar assuntos difíceis e encorajar mudanças que começam na base, não simplesmente moldadas em mensagens-chave marginalmente satisfatórias. O jargão “falem mal, mas falem de mim” hoje está grossamente desatualizado. Outros blog posts de interesse: Abordagem Ativa na Gestão de Imagem Corporativa na Era Digital Comunicação Estratégica E Relações Públicas Trabalhamos em parceria com escritórios de advocacia e especialistas em marketing digital em gestão de crise, geração de conteúdo online e mídias sociais. *** A Caravelas Comunicação conta com uma equipe experiente especializada na Assessoria Integrada e Comunicação Estratégica de empresas e instituições em todo o Brasil. Trabalhamos em parceria com escritórios de advocacia e especialistas em marketing digital em gestão de crise, geração de conteúdo online e mídias sociais.
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April 2022
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